Câmara aprova novo Bolsa Família, com voto da bancada do PT

Câmara aprova novo Bolsa Família, com voto da bancada do PT

Texto aprovado também prevê complemento aos beneficiários do Auxílio Gás. A medida provisória segue para o Senado Federal

Roberta Aline (MDS)

O Bolsa Família é um dos mais importantes programas do governo Lula para combater a fome

O plenário da Câmara aprovou, na noite desta terça-feira (30), o parecer favorável do deputado Dr. Francisco (PT-PI) à medida provisória (MP 1164/23), do governo Lula, que recria o Programa Bolsa Família com o valor mínimo de R$ 600 por família. O  texto permite a inclusão de adicional no valor de R$ 50 para mulheres que amamentam por até seis meses, o retorno do empréstimo consignado pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) e ainda a facilitação de pessoas com deficiência a ingressarem no maior programa de transferência de renda do mundo. O texto segue para apreciação do Senado.

“O Bolsa Família é um dos mais importantes programas do governo Lula para combater a fome e ajudar milhões de famílias brasileiras a superar a pobreza”, afirmou Dr Francisco, que manteve a maior parte do texto original do governo. Ele explicou que o no programa traz alguns benefícios importantes, entre eles, o benefício de renda mínima, que assegura por membro da família o valor de R$ 142; o benefício complementar, que assegura um piso mínimo de R$ 600 por cada família beneficiária do Bolsa Família; a preocupação com a primeira infância, que também permite o recebimento de R$ 150 por cada criança de zero a 6 anos de idade; a possibilidade do chamado benefício variável, para crianças de 7 anos a adolescentes com 18 anos incompletos poderem receber R$ 50 e gestantes poderem receber o mesmo valor de R$ 50.

“Houve preocupação principalmente com as pessoas com deficiência. Existia um apelo para a retirada do Benefício de Prestação Continuada — BPC do cálculo da renda per capita das famílias beneficiárias com portadores de deficiência — isso, de certa forma, provocaria um impacto financeiro muito alto —, mas foi colocada a possibilidade de o governo, havendo disponibilidade financeira, poder fazer um escalonamento, uma estratificação dessas famílias, de acordo com o grau de deficiência dos beneficiários, e assim permitir que um percentual do rendimento dessas pessoas seja abatido do cálculo”, explicou.

Dr Francisco disse ainda que acatou a solicitação de deputados e senadores sobre a possibilidade de empréstimo consignado para os beneficiários do BPC. “Isso foi atendido com o estabelecimento do limite de até 35% para empréstimo consignado ao beneficiário do BPC”, afirmou.

Também, segundo Dr. Francisco, houve uma preocupação com as famílias de pescadores elegíveis para o Programa Bolsa Família, para poderem receber a bolsa, concomitantemente, durante o período de seguro defeso.

Entre as alterações aprovadas no parecer do deputado Dr. Francisco estão: a inclusão de lactantes (mães que estão amamentando); a permissão para que famílias de pescadores artesanais beneficiários Programa continuem a receber Bolsa Família no período em que recebem o seguro-defeso; permissão para contrair empréstimo consignado pelos beneficiários do BPC; inclusão do Auxílio-Gás; determinação de que o reajuste dos benefícios do Bolsa Família e do valor referente à linha de pobreza (R$ 218,00) seja feito, no máximo, a cada 2 anos e proíbe a redução dos valores.

Política social com critérios

O deputado Rogério Correia (PT-MG) defendeu a aprovação do novo Bolsa Família. “Esse é um programa que interessa à imensa maioria do povo brasileiro que quer ver a aplicação do Programa Bolsa Família com as características que o presidente Lula agora colocou para a Nação”, afirmou. Ele reiterou que o novo Bolsa Família além dos R$ 600, que é o valor mínimo por família, vai adicionar, para as crianças de até 6 anos de idade, R$ 150, que já estão sendo pagos. Para crianças e jovens de 7 a 17 anos, serão pagos mais R$ 50.

“Este é um governo que se preocupa com a juventude, com a educação e com o combate à fome no País. Portanto, é um governo também favorável a uma alimentação saudável, a produtos que sejam agroecológicos, que venham da agricultura familiar, do MST, que anda sendo criminalizado por setores desta Câmara. Enfim, o governo Lula aponta muito claramente que o combate à fome é uma prioridade”, afirmou.

Rogério Correia destacou ainda que, ao mesmo tempo que prioriza o combate à fome, estabelece critérios importantes para acenar para o Brasil o que é o conjunto de uma política social: “A presença das crianças nas escolas e também a vacinação das crianças que estão na escola. Nesse sentido, coloca-se uma prioridade na educação pública e no Sistema Único de Saúde”, completou.

E a deputada Dandara (PT-MG), ao defender a aprovação da MP do Bolsa Família, relembrou que o programa hoje atende mais de 20 milhões de famílias brasileiras, com transferência direta. “Matar a fome é uma urgência, é uma necessidade”, afirmou. Ela ainda destacou que neste mês o valor médio pago pelo programa Bolsa Família bateu recorde: R$ 672,45. “É o mais alto de todos os tempos”, enfatizou.

Também discursaram em defesa do novo Bolsa Família, pela Bancada do PT, as deputadas Erika Kokay (DF) e Maria do Rosário (RS) e os deputados Bohn Gass (RS) e Reimont (RJ).

Do PT na Câmara


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